“Não se projeta nunca para, mas sempre contra alguém ou alguma coisa:
contra a especulação imobiliária e as leis ou as autoridades que a protegem,
contra a exploração do homem pelo homem, contra a mecanização da
existência, contra a inércia do hábito e do costume, contra tabus e a
superstição, contra a agressão dos violentos, contra a adversidade das forças
naturais; sobretudo projeta-se contra a resignação ao imprevísivel, ao acaso ,
á desordem, aos golpes cegos dos acontecimentos, ao destino. Projeta-se
contra a pressão de um passado imodificável, para que sua força seja impulso
e não peso, senso de responsabilidade e não complexo de culpa. Projeta-se
para algo que é, para que mude; não se pode projetar para algo que não é;
não se projeta para aquilo que será depois da revolução, mas para revolução,
portanto, contra todo tipo de conservadorismo.”
Giulio Argan, 2000
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